No primeiro dia de 2018, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lança um alerta para a mortalidade infantil no mundo. Um levantamento da organização aponta que mais de 80% das mortes de recém-nascidos podem ser prevenidas e tratadas com recursos acessíveis. São casos de parto prematuro, complicações do parto e infecções como septicemia e pneumonia. O estudo indica que quase 386 mil bebês nascerão no primeiro dia deste ano em todo o mundo. Os dados mais recentes mostram que 2,6 mil crianças morrem, ao ano, nas primeiras 24 horas após o nascimento. No total, 2,6 milhões não resistem ao primeiro mês de vida. No Brasil, as maiores vítimas são as crianças indígenas, que têm mais do que o dobro de chance de morrer antes do primeiro ano de idade. A maioria dos casos é decorrente da baixa qualidade do pré-natal, assistência no parto e cuidado neonatal. O País reduziu a taxa de mortalidade infantil em mais de 25% entre 2005 e 2015. Ainda assim, naquele ano, 37,5 mil bebês morreram com menos de um ano de idade. Os bebês nascidos a partir deste ano, segundo as expectativas de vida de países de primeiro mundo, deveriam ter a oportunidade de ver o século 22. Quase a metade deles, no entanto, não deve sobreviver até 2101. "Pedimos aos governos e parceiros que se juntem à luta para salvar a vida de milhões de crianças, fornecendo soluções comprovadas e de baixo custo. É preciso priorizar a formação continuada dos profissionais, sobretudo das áreas de saúde, educação e assistência social", alertou a especialista em Saúde e HIV do Unicef Jane Santos. Em todo o mundo, os bebês que morrem no primeiro ano de vida são quase a metade do total de mortes entre crianças de até cinco anos. No próximo mês, o Unicef lança a campanha global Toda Criança Viva (Every Child Alive), para exigir e oferecer soluções acessíveis e de qualidade para gestantes e recém-nascidos.
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