Pelo menos 17 milhões de bebês vivem em zonas onde a poluição do ar é seis vezes maior do que os limites considerados saudáveis. O alerta foi feito nesta quarta-feira (6) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). De acordo com a entidade, esses níveis podem danificar os pulmões e colocar em risco o desenvolvimento cerebral dessas crianças. "As substâncias contaminantes não só danificam os pulmões em desenvolvimento dos bebês, como também podem causar lesões permanentes em seus cérebros e, portanto, prejudicar seu futuro", alertou o diretor-executivo da organização, Anthony Lake. Segundo o relatório Perigo no Ar, mais de 75% dos menores de um ano que respiram níveis de poluição seis vezes acima do estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 12,2 milhões, vivem no sul da Ásia.
O Unicef explicou, segundo a Agência Brasil, que muitas destas crianças já vivem em condições desfavoráveis e, especialmente aquelas que residem em favelas, estão expostas a riscos ambientais pela falta de água potável e condições sanitárias que lhes deixam vulneráveis a doenças infecciosas. No extremo Oriente e na região do Pacífico vivem cerca de 4,3 milhões de bebês nestas condições. O relatório aponta que as partículas ultrafinas de poluição podem penetrar na corrente sanguínea e danificar a barreira entre o sangue e o cérebro causando neuroinflamação, algo especialmente perigoso no caso dos bebês, que possuem cérebros mais vulneráveis. Algumas partículas podem danificar áreas fundamentais para a comunicação entre neurônios, enquanto outras contam com uma carga magnética que pode levar a doenças neurodegenerativas. Por isso, o Unicef pediu mais investimento em energias renováveis, melhoria no acesso ao transporte público, além de orientar os adultos a viajar com crianças preferencialmente em horas do dia menos poluídas e a fortalecer a saúde dos bebês em geral para que tenham mais resistência à poluição. (BN)
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