quinta-feira, 10 de agosto de 2017

SUS oferece diagnóstico e tratamento gratuitos contra a leishmaniose Cura


Tratamento da leishmaniose tegumentar consiste na aplicação de injeções do medicamento de forma subcutâneaPessoas com sintomas da doença podem procurar unidades básicas de saúde para realizar procedimentos necessários



Tratamento da leishmaniose tegumentar consiste na aplicação de injeções do medicamento de forma subcutânea
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A leishmaniose não é considerada uma doença que mata, mas deve ser tratada o mais rápido possível para evitar complicações e facilitar a cura do paciente. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diagnóstico e tratamento gratuitos para a população contra os dois tipos da doença: tegumentar e visceral.

Ao primeiro sintomas, o paciente deve procurar a unidade básica de saúde mais próxima para avaliação médica. Confirmado o diagnóstico, o tratamento é feito com uso de medicamentos específicos e eficazes.

No caso da leishmaniose tegumentar, que é caracterizada por úlceras na pele e mucosas, a medicação usada hoje em dia no Brasil é o antimoniato de meglumina.

Desde 2014, o Ministério da Saúde adota o tratamento intralesional, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI). Ele consiste na aplicação de injeções do medicamento, em menores doses, de forma subcutânea, diretamente nas feridas.

Segundo o pesquisador e chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica e Vigilância em Leishmanioses (LaPClinVigiLeish) do INI, Armando Schubach, essa forma de se administrar a medicação trouxe benefícios ao tratamento.

“Ao analisarmos a notificação de óbitos por leishmaniose, percebemos que mais de uma centena de pessoas perdem a vida por uma doença que não mata. Ou seja, provavelmente o tipo de tratamento está envolvido. Por isso, resolvemos priorizar um tratamento menos tóxico e menos agressivo, sempre resguardando a segurança do paciente e, após mais de 30 anos de estudo, percebemos que estamos no caminho certo”, diz.

Leishmaniose visceral

Para o tratamento da leishmaniose visceral (LV), que causa febre e atinge áreas como o fígado e o baço, são utilizados três fármacos, a depender da indicação médica: o antimoniato de N-metil glucamina, a anfotericina B lipossomal e o desoxicolato de anfotericina B.

Os medicamentos utilizados atualmente para tratar a LV não eliminam por completo o parasita nas pessoas e nos cães. Por esse motivo, o tratamento da leishmaniose visceral canina (LVC) traz riscos para a saúde pública por contribuir com a disseminação da doença. Os cães não são curados parasitologicamente, permanecendo como reservatórios do parasita, além de haver o risco de desenvolvimento e disseminação de cepas de parasitas resistentes às poucas medicações disponíveis para o tratamento da leishmaniose visceral humana.

No entanto, no Brasil o homem não tem importância como reservatório, ao contrário do cão. Dessa forma, nos cães, o tratamento pode até resultar no desaparecimento dos sinais clínicos, porém esses animais ainda continuarão como fontes de infecção para o vetor e, portanto, um risco para saúde da população humana e canina.

A recomendação para cães infectados com a Leishmania infantum chagasi é a eutanásia, que deve ser realizada de forma integrada com as demais orientações do Ministério da Saúde.
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