Dados do Ministério da Saúde mostram que 12% dos brasileiros são fumantes. Para tentar conscientizar as pessoas sobre o risco do tabaco e a importância de largar o cigarro, foram feitas nessa quinta-feira (29/08), data em que é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, ações educativas em praticamente todo o país para comemorar.
O pneumologista da Divisão de Controle do Tabagismo, do Inca (Instituto Nacional do Câncer), Ricardo Meirelles, alerta que o tabagismo é uma doença que pode ocasionar outras: é um dos fatores de riscopara o aparecimento de diversos tipos de câncer (pulmão e boca), doenças cardiovasculares, AVCs (acidentes vasculares cerebrais), além de menopausa, infertilidade e envelhecimento precoces.
Meirelles explica que, logo depois de deixar o cigarro, o ex-fumante já sente melhora na qualidade de vida. “Ele sente uma melhora dentro de dois, três dias no fôlego, se não tiver uma doença respiratória, já dá pra subir uma escada melhor, fazer exercícios”, disse o especialista.
Segundo o especialista, deixar de fumar é difícil, mas o acompanhamento de profissionais pode tornar o processo mais confortável. De acordo com o Ministério da Saúde, existem 24.515 equipes de 4.371 municípios brasileiros inscritas no PMAQ (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica ), que inclui o PNCT (Programa Nacional de Controle do Tabagismo), para oferecer tratamento gratuito ao dependente.
A terapia do serviço público inclui apoio psicológico, medicamentos (entre adesivos, pastilhas, gomas de mascar e o antidepressivo bupropiona), atendimentos educativos e terapêuticos.
O tabagismo é considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) a principal causa de morte evitável. Além disso, cerca de 1,2 bilhão de pessoas são fumantes. “Cerca de 80% dos fumantes desejam parar, mas apenas 3% conseguem realmente abandonar o vício. Além disso, é considerado ex-fumante a pessoa que fica um ano sem fumar”, explica o cardiologista do Hospital do Coração do Brasil, João Ferreira Marques. O médico esclarece que, quem abandona o vício antes dos 30 anos, consegue reestabelecer o organismo a ponto de parecer que nunca fumou.
De acordo com Meirelles, muitas vezes o fumante espera ter um problema de saúde para decidir parar de fumar. O médico acrescentou que a proibição de fumar em locais fechados fez com que muitos fumantes se sentissem incomodados em ter que deixar o ambiente de amigos para fumar e isso está fazendo com que pensem em deixar o vício. “Ele está conversando com amigos e tem que sair para fumar, a pessoa sente-se escrava do cigarro. Se está no shopping e precisa sair pra fumar, isso passa a ser desconfortável”.
Segundo pesquisa da Organização Pan-Americana da Saúde, entre 1989 e 2010 um em cada três brasileiros deixou de fumar devido à entrada em vigor das medidas que restringiram a propaganda de cigarros na televisão e em veículos de comunicação de massa.
A meta do governo brasileiro é reduzir de 12% para 9% a proporção de fumantes na população adulta até 2022. Agência Brasil
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